Mandar dinheiro para outros lugares do mundo ficou mais fácil – Com José Dias
Mandar dinheiro para outros lugares do mundo ficou mais fácil – Com José Dias
08/22/2022
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Convidado:
José Dias
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Postado em :
08/22/2022
Os imigrantes enfrentam uma série de desafios na construção de uma nova vida, mas sem dúvidas, um dos maiores perrengues é a internacionalização das finanças.
Realizar transações, enviar dinheiro para o Brasil e receber do exterior costuma ser complicado, demorado e até inacessível para boa parte dos imigrantes, contudo, José Dias está ajudando a mudar essa história.
Neste episódio do podcast “ImiGrandes”, a conversa é com José Dias, CEO da Remessa Online, uma plataforma de serviços financeiros que facilita transações financeiras entre países e ajuda imigrantes brasileiros em todo o mundo.
José Dias é um verdadeiro cidadão do mundo, e ao longo de sua carreira já viveu em três países com culturas, sistemas bancários e moedas completamente diferentes. As dificuldades que enfrentou como expatriado o incentivaram a aceitar esse desafio e mudar a forma de transferir dinheiro entre países.
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Mandar dinheiro para outros lugares do mundo ficou mais fácil – Com José Dias
#imigrandes #podcast #brasileirosnoseua
Transcrição
Entrevistador – Olá pessoal, tudo bem, sejam muito bem-vindos ao ImiGrandes. Eu sou o Juliano Godoy. Hoje eu estou muito feliz que a gente está completando seis meses desse podcast. Quando eu comecei esse aqui seis meses atrás eu honestamente achei que eu mal fosse chegar no primeiro mês. Mas aí um convidado foi trazendo o outro, foi trazendo outro, esse negócio foi crescendo. Mas o mais legal, o feedback que eu estou recebendo de vocês, os comentários, as sugestões, etc., então isso tem me dado motivação e força para continuar e eu estou muito feliz de poder estar aqui hoje comemorando seis meses, 26 episódios. E aí para comemorar eu acho que eu resolvi fazer um episódio um pouco diferente, então ao invés de falar de empreendedorismo a gente vai sair um pouco dessa linha e vamos fazer um episódio de serviço público ao imigrante brasileiro mundo a fora. Acho que tem muito brasileiro que quando sai do Brasil tem esse sonho, sai cheio de esperança, expectativa de uma vida diferente, melhor, etc., mas às vezes não está preparado ou não sabe os perrengues que vai enfrentar ao longo dessa jornada no novo país. Eu pessoalmente, eu divido aqui com vocês aqui vários dos meus aprendizados, os perrengues que eu passei, mas a parte financeira foi um negócio que eu tropecei bastante. Então várias situações, por exemplo, eu não conhecia o sistema bancário aqui, não sabia como funcionava, etc., então às vezes tinha situações que eu precisava às vezes mandar dinheiro para a família no Brasil ou o contrário, o meu fluxo de caixa dava uma desencaixada, eu precisava trazer dinheiro do Brasil para cá, e aí precisava ligar no banco, e aí falava com a tesouraria, era aquela enrolação, dois dias para mandar cotação, depois mais cinco dias para o dinheiro chegar. Ou então você fazia no mercado negro, mandava um WhatsApp para algum amigo falava: alguém aí tem dólar para vender? Eu estou querendo comprar e tal. Felizmente hoje tem um jeito melhor e mais seguro de fazer isso, e aí para falar um pouco sobre isso e te ajudar a entender como funciona e outras alternativas, eu trouxe aqui o meu amigo José Dias, famoso Zé, para os íntimos, para os meus cinco ouvintes aqui podemos chamar de Zé, para poder contar para a gente um pouco da Remessa Online. A Remessa ela é uma empresa que fornece serviço de transferência internacional, e o Zé hoje lidera essa empresa aí do Brasil. O Zé o nosso caminho se cruzou várias vezes ao longo da carreira, a gente começou junto na Ambev, lá o que aparece ser o século passado. E aí desde então o Zé teve experiência em várias multinacionais, morou em vários países, morou nos Estados Unidos, na China, no Canadá. Então acho que ele mais do que ninguém entende muito bem aí as dores e as alegrias de ser um Imigrante. Então acho que ele vai poder contar bastante história para a gente aqui. Zé, tudo bem cara? Baita prazer ter você aqui compartilhando com a gente esse, comemorando esses seis meses de podcast, cara.
José – Maravilha, o prazer é todo meu Juliano, um prazer enorme estar aqui. Eu raramente faço um negócio desse, sou um cara meio low profile, mas nossa, um prazer enorme, tomara que eu possa compartilhar com a galera alguns dos meus tropeços e que os demais imigrantes cometam tropeços novos. Mas os meus vamos tentar evitar.
Entrevistador – É isso aí, vamos aprender, né. Zé, então cara, para a gente começar, antes da gente entrar na Remessa, o que a Remessa faz, eu queria que o pessoal te conhecesse. Então conta para a gente um pouco da sua história, de onde você passou na sua carreira e como é que você chegou até aqui.
José – Legal, cara. Eu acho que para entender a minha vida de Imigrante tem que dar muitos passos para trás, porque é uma história que tem a ver com a educação. Eu tive um início humilde no Rio de Janeiro. Por uma infelicidade do início da minha carreira, que foi o falecimento da minha mãe, abriu-se uma janela, fechou-se uma porta e abriu-se uma enorme janela, que foi a janela da educação. Eu antes do falecimento dela eu estudava em escola pública e ter que estudar inglês nem pensar. E meu pai acabou se casando de novo e a mulher dele era a professora de uma escola particular e de um curso de inglês. Então eu bem cedinho ali, quando tinha 7 anos, eu já comecei numa escola legal estudando inglês, e a educação abriu um caminho para mim interessante e a gente se cruzou lá na Ambev. Eu consegui terminar o meu curso de Engenharia, fui aprovado no programa de trainee da Ambev e ali começou uma carreira desde o início numa multinacional. Eu acabei passando por outras multinacionais, mas o grupo do qual a Ambev faz parte, que é o 3G, entrou numa pegada internacional muito forte, não é Juliano, ali de 2010 para frente. O primeiro, um dos primeiros passos acho que foi a aquisição do Burger King, e eles chamaram algumas pessoas para vir ajudar a tocar essa empresa nova. Eu estava nessa listinha, felizmente muito agradecido, estava nessa listinha de pessoas que foram convidadas para voltar. E cara, aí a história de imigrante começa ali, origem humilde, pinta uma oportunidade de você levar a tua família para um país desenvolvido e se testar nesse mercado novo com o inglês, era minha primeira vez indo para fora, não estudei fora, cheguei lá com um inglês super macarrônico, então as histórias são muitas. Mas eu falei, cara, eu não vou deixar passar essa. Então aquela garra de imigrante, fui. Até porque era um momento interessante, o dólar era 1,55, Juliano, poucas pessoas estavam sendo expatriadas nessa época, estava todo mundo vindo para o Brasil. O Brasil era um dos grandes destinos de formandos de MBA, era Brasil, Índia, China, Rússia, todo mundo queria ir para os BRICS. Então esse movimento foi um movimento…
Entrevistador – Na época o BRICS estava bombando.
José – Os BRICS estavam bombando, eu fui para ganhar menos dinheiro em reais, então quando eu fazia a conta o meu início foi para ganhar menos dinheiro, eu apostei que o projeto seria muito vencedor e que eu ia crescer dentro dele. Graças a Deus isso deu certo, eu cresci dentro do grupo, me mudei depois de Miami para a Califórnia, voltei para Miami, e minha última posição lá foi como presidente do Burger King para a América Latina. Aprendi um caminhão, super jovem, fiz um monte de cagada, mas amadureci muito. Tive uma transição curta depois de sair do Burger King em 2015, mas o grupo graças a Deus me chamou de novo, me chamou para ser o presidente da Kraft Heinz na China, e assim eu fui, arrumei as minhas malas e falei eu não vou perder esse desafio de China. Tinha esse, gostava a distância assim do oriente, mas nunca tinha ido, e foi uma experiência incrível de três anos na China, também muitas histórias.
Entrevistador – Deixa eu fazer uma pausa aí porque acho que assim, quando você fala para a família vamos para Miami é uma conversa, quando você fala para a família vamos para a China acho que é uma outra conversa. Como é que foi essa segunda conversa?
José – Cara, sendo bem sincero, quando eu recebi a proposta, espiritualmente eu já estava assim, cara, já fui, eu falei eu posso ter a chance de liderar uma empresa na China. E a China já era, enfim, eu tinha esse desafio do desconhecido da China. Foi um desafio em casa, então conversar isso em casa não foi fácil, mas no final a gente acabou acomodando as coisas, eu fui na frente, a gente acabou vivendo um período longo de bate-volta entre China e Estados Unidos, que muitos outros imigrantes têm essas histórias, e você passou um tempo por isso também não é Juliano, e fomos acomodando desse jeito. O pai fazendo os bate-voltas, a galera indo e vindo, mas foram três anos de China, que no final a gente decidiu por deixar as crianças nos Estados Unidos. Então, as crianças ficaram nos Estados Unidos e eu ficava indo e vindo, e eles iam muito para lá também. Então apesar de ter sido um período intenso logisticamente, abriu um caminho cultural para eles também de conhecerem a China, mesmo sem ter morado lá todo o tempo, foi interessante.
Entrevistador – Bacana. E depois da China?
José – Depois da China, como eu precisava voltar para a América do Norte para estar próximo dos meus filhos, internamente com a companhia a gente negociou um retorno para a América do Norte, não era Estados Unidos, mas eu vim para o Canadá, também uma função muito parecida como CEO da Kraft Heinz no Canadá, cuidando ali do PNL. Eu fiquei cansado, Juliano, sendo bem sincero, nessa época, mudando para caramba, várias empresas, várias, três filhos no caminho, então eu achei que era hora de dar uma descansada. Então eu entrei num ano sabático para decidir o que eu quero fazer agora daqui para frente. E nesse período sabático, ao final dele, eu fui convidado para uma empresa de tecnologia, que é Remessa Online. O segmento de tecnologia era um negócio que eu olhava a distância com muita admiração, mas nunca tinha trabalhado nele e entendia pouco. Vi na Remessa Online várias oportunidades, uma de me rejuvenescer, de ir para um modelo de gestão novo, as empresas de tecnologia respiram de um modelo administrativo muito diferente do qual a gente foi formado, e isso para mim era muito importante. Um segmento bombando, então eu falei, cara, tem uma oportunidade econômica aqui interessante, e ele também era uma ponte entre o Brasil e o mercado internacional. A Remessa Online é uma empresa brasileira, para brasileiros, uma história incrível, falar um pouquinho dela daqui a pouco. E apesar de estar no Brasil é uma empresa que é remold first, então eu estou entre o Brasil e os Estados Unidos o tempo todo. Então isso também foi um negócio muito legal. Comecei na remessa online no início do ano passado, a grande missão era me juntar aos fundadores para ajudar a trazer a companhia para um momento de gestão mais robusto, preparando a companhia para algum IPO ou uma parceria estratégica. E assim foi, em 2021 eu me juntei com o grupo, a gente teve um ano super vencedor, acabou com uma parceria estratégica no final do ano com o Grupo EBANKS, e esse ano eu sucedi o fundador da companhia liderando a Remessa. Então hoje eu lidero a Remessa como parte do Grupo EBANX, que também é uma empresa de tecnologia, uma das maiores e primeiras unicórnios brasileiras aí, grande grupo que agora a Remessa faz parte. E enfim, um monte de história para contar ainda, a gente precisa ter um caminho de crescimento grande para acontecer agora. E assim estou Juliano, hoje eu trabalho na Remessa liderando o grupo, vivo aí entre o Brasil e Estados Unidos, que a minha família em parte continua nos Estados Unidos. E é isso, vida de imigrante, correria.
Entrevistador – História bacana cara, a história do Rio de Janeiro para o mundo. Da onde no Rio, cara?
José – Eu nasci no Fonseca, em Niterói. Fonseca é um bairro de Niterói, então é estado do estado do Rio, mas a cidade foi Niterói. Mas aos 4 anos eu também já estava morando acho que na Penha, que é subúrbio do Rio de Janeiro, depois Caxambi, só lugar chique. E aí depois as coisas foram melhorando.
Entrevistador – É isso aí, de Caxambi para, Niterói e Caxambi para o mundo.
José – Exatamente, exatamente.
Entrevistador – Zé, mas cara, então já que você tocou um pouco, vamos entrar aqui no detalhe da Remessa então. Conta para a gente o que é a Remessa e o que vocês fazem.
José – A Remessa é uma empresa que além de fazer envios de moeda entre países, primeiro é importante entender porque que a gente existe. A gente existe porque a gente acredita na democratização dos serviços financeiros e na globalização dos indivíduos. Você vê que o mundo está ficando cada vez menor, a necessidade de movimentar recursos fora do país é uma coisa cada vez mais presente na vida do cidadão comum Então a Remessa nasceu para resolver essa dor, Juliano, que é a dor imigrante ter o dinheiro no Brasil, às vezes chegar fora do país e querer usar e não conseguir, ou querer contratar um serviço fora do país ou querer mandar um dinheiro para um parente fora do país, ou trazer esses recursos de volta para o país também. Então isso é o que a gente faz. Ah, mas outros bancos já fazem isso desde sempre. É verdade, a gente é uma empresa de tecnologia, então o nosso trabalho é entender essa dor que muitas pessoas têm com o câmbio, de dificuldades em usar o seu dinheiro, custos altos, em muitos casos até uma segurança duvidosa do processo. E através de tecnologia a gente faz esse processo ser mais barato, ser mais seguro e ser mais rápido. Então essa é a Remessa Online, uma empresa de tecnologia focada em câmbio internacional.
Entrevistador – Então se fosse pensar aqui na Remessa em termos de tipo de serviço, em essência é esse, é eu conseguir mover recurso, mover patrimônio de um país para o outro, de maneira mais simples, mais barata, mais rápida e efetiva?
José – Exatamente. Então, por exemplo, você se mudou para os Estados Unidos e quer mandar um recurso de você para você mesmo, a gente faz isso. Você quer pagar a escola do seu filho que está indo para a universidade nos Estados Unidos, a gente faz isso. Você quer contratar um serviço fora do país, a gente faz isso. Ou você é uma pequena empresa ou é uma empresa individual e você presta serviço para fora do país, você é um desenvolvedor ou você é um criador e você precisa receber recursos dessa empresa. Essa empresa lá fora paga numa conta da Remessa e você recebe esse dinheiro aqui no Brasil. Ou seja, o seu próprio salário, a remuneração de um trabalho remoto para uma empresa internacional, seja nos Estados Unidos, na Europa ou em qualquer outro lugar, você pode receber isso no país até na remessa. Você quer fazer investimento numa plataforma de investimento internacional, essa remessa para financiar uma operação de investimento, a Remessa também faz. A compra de um imóvel internacional. Então uma das coisas que a gente tem orgulho de ser, Juliano, é uma plataforma que tem uma gama de serviços bastante ampla. Então tem, para a maioria das necessidades de câmbio de um indivíduo ou de pequenas empresas, a gente consegue atender bem e a gente vem crescendo a quantidade de serviços que a gente oferece a cada trimestre. Então, e essa é nossa especialidade. Mas, mais uma vez, a nossa diferença é que a gente faz isso com tecnologia, e a tecnologia consegue baixar o custo, aumentar a velocidade do processo, e aumentar a segurança desse processo.
Entrevistador – Legal. Você citou alguns exemplos, Zé, que para mim, assim, é o reflexo do que está acontecendo na sociedade hoje. Então principalmente durante a pandemia ou depois da pandemia, com o mercado de trabalho aqui eu conheci muita gente que às vezes está no Brasil trabalhando para uma empresa aqui e aí não consegue receber, etc. Tem muita gente, e aí principalmente agora também nesse mundo de internet, sei lá, que mora aqui, mas cria conteúdo, é influenciador digital, etc., ou vende algum produto digital, e a base dele está no Brasil. Então acaba que a receita dele fica, ou dela, né, fica no Brasil e depois tem que trazer esse recurso para cá. O seu próprio exemplo, você estava na China com a família aqui nos Estados Unidos, então assim, como é que manda dinheiro, toda essa bagunça. Então, eu acho que vem bem de encontro ao que está acontecendo no mundo, que é assim, as pessoas estão cada vez mais cidadãos do mundo. Eu ia falar mais nômade, mas não é nômade, está cada vez mais flexível, com trabalho remoto, etc., cada vez mais liberdade geográfica, e aí a Remessa ajuda a exercitar essa liberdade.
José – Sem dúvida. As grandes tecnologias que a gente está vendo emergir, Juliano, elas vem pra resolver dores do crescimento da nossa sociedade. Então a gente está expandindo numa determinada direção, e para isso coisas novas tem que surgir. Como você bem falou, a gente está cada vez mais internacional, a diferença entre a vida de um americano para um brasileiro, para um europeu, obviamente guardadas as diferenças de riqueza, países mais ricos, países ainda chegando lá, mas no geral, as coisas que a gente faz estão ficando cada vez mais parecidas. Então na pandemia, por exemplo, eu conheci muita gente que começou a investir internacionalmente na pandemia. Então você vê o exemplo de uma pessoa trabalhar para fora. Mas cada vez mais você vê pessoas querendo investir nos Estados Unidos. Por quê? Para acessar mercados e produtos que às vezes você não tem aqui no Brasil, que houve no geral uma rentabilidade maior, vamos gerar riqueza para esse investidor brasileiro, ou vai ser simplesmente uma questão de segurança, ele quer diversificar os seus recursos. Então esse é um mercado que está explodindo, e a gente vem crescendo junto desse mercado. O que a gente falou, por exemplo, ele já é uma realidade, a mão de obra de desenvolvedores e criadores está se tornando cada vez mais internacional, é um pool de talentos internacional. Então, se você é capaz de ser um bom desenvolvedor e você tem fluência em alguma língua internacional, você amplia muito as suas chances de achar uma oportunidade legal. A gente está exatamente no meio desse caminho, facilitando esse processo. Então hoje você consegue receber um salário de uma empresa lá fora trabalhando da sua casa aqui no Brasil, e a gente cuida de toda essa parte, caramba, como é que eu faço para trazer esse dinheiro? Deixa com a Remessa. Esse é o nosso negócio, resolver essa dor do cidadão internacional. Então quanto mais esse cidadão internacional vai se tornando mainstream, vai se tornando um lugar comum, mais essa dor é compartilhada por mais pessoas e mais a Remessa vai seguir inovando para ir resolvendo essas dores. Quando a gente olha de onde a gente começou para onde a gente está, foi uma sucessão de inovações. Primeiro entregando recursos na motocicleta, depois subindo o primeiro site, o aplicativo, a plataforma para PJs e a gente segue inovando porque essa dor está se tornando uma dor cada vez mais real para os imigrantes.
Entrevistador – Não, certeza. Zé, assim, para entrar até um pouco mais no detalhe de como funciona a transação. A pessoa precisa ter uma conta em qual, uma conta bancária, abre uma conta bancária na Remessa ou eu uso uma conta de banco que eu tenho no Brasil, e aí esse banco manda o dinheiro para a Remessa e a Remessa manda para algum recurso aqui? Me dá algum exemplo assim, até para pensar, alguém que está, de novo, está ou aqui ou no Brasil e está pensando em usar a Remessa pela primeira vez, o que ela meio que precisa ter?
José – Remessa online.com.br. Então para a gente não ter que dar uma aula de câmbio aqui, porque o câmbio é um produto complexo, e o meu trabalho é simplificar esse produto complexo, na Remessa Online você entra no site você vai ter um passo a passo muito parecido com qualquer outro onboard digital, você vai abrir uma conta no banco ou vai fazer um cadastro para algum serviço online, então você chega na plataforma vai colocando os seus dados ali e a plataforma vai te carregando. Uma das vantagens que a gente tem, Juliano, a indústria de serviços financeiros no geral tem uma resposta de nível de serviço dos seus clientes em geral baixa, não é uma indústria conhecida por ter um nível de satisfação alto. Isso é um dos grandes diferenciais da Remessa. Numa indústria onde na média esse número de satisfação gira em torno de 20%, o nosso gira em torno de 80. Então a gente tinha um orgulho de assistir muito bem o cliente, seja digitalmente ou seja num processo humanizado. Então quando os clientes têm dúvidas e entram no chat, a gente rapidinho entra ali e ajuda o cliente nesse processo. Mas basicamente o que você precisa ter? Você precisa ter uma conta, se você está mandando dinheiro para fora, tem que ter uma conta aqui no Brasil e você tem que ter uma razão para mandar esse dinheiro para fora. Ou é uma conta a sua ou uma conta de alguém ou um pagamento de serviço. Quando você entra na plataforma, que é o site da Remessa, você vai colocando esses dados e isso conta uma história dessa transação. Essa história dessa transação vir um contrato no Banco Central. Mas isso é uma burocracia que o cliente não precisa se preocupar, deixa que eu faço isso. O cliente só precisa ir colocando os dados, assinando eletronicamente esses documentos, até que o processo de câmbio se feche E no momento que o processo de câmbio se fecha a operação é realizada e o dinheiro aparece no outro lugar. Então tipicamente esse processo pode demorar muitos dias, às vezes semanas nos bancos tradicionais, o nosso processo muitas das vezes acontece no mesmo dia, e na sua maioria não demora mais do que um, dois dias. Então é um processo bastante veloz. Operações mais complexas podem demorar um prazo mais longo. E uma das coisas que a gente vê melhorando todo dia é chegar num conceito de instantaneidade. Porque uma transação internacional vai ser como um pix, então desde que você consiga comprovar que tem renda para fazer aquela transação, que aquele dinheiro é seu, no final do dia o limite das inovações deveriam levar a gente para fazer um pix internacional. A gente vai chegar lá um dia, mas é uma sucessão de inovações que está acontecendo nesse momento.
Entrevistador – Essa é uma coisa que, de novo, eu não sei se todo mundo passa, mas para mim foi uma surpresa. Porque eu estava acostumado no Brasil, e o sistema bancário no Brasil ele é bem avançado, acho que até em comparação com os Estados Unidos é um sistema bancário bem avançado. Então saí do Brasil há quase dez anos, cara, já fazia TED e caía na hora, caía DOC, etc. Cara, aqui você vai transferir dinheiro de uma conta para outra demora um, dois dias para cair na conta. Quando eu precisava trazer dinheiro do Brasil para cá, cara, me dava até um formigamento assim, porque, cara, você ficava uns cinco dias assim, cadê o meu dinheiro, aonde que ele está, o que está acontecendo? Ele vai para um buraco negro assim e aí de repente ele aparece. Mas assim, você passa uns cinco dias de ansiedade, né?
José – Sem dúvida Juliano. E essa foi uma das razões que me fez vir trabalhar na Remessa. Quando eu conversei com os fundadores, o Fernando Pavani, o Alexandre Liuzzi e Márcio William, que são pessoas incríveis, recomendo para quem estiver ouvindo aí dar uma olhada na história da Remessa e ver a história deles. Eu não sou um cara de tecnologia, eu trabalhei a vida inteira com comida, bebida, indústria mais tradicionais, bens de consumo. Então, o mundo de tecnologia me dava um certo receio assim, cara, eu vou conseguir alterar esse negócio? Mas uma das coisas que me motivou foi entender a dor do cliente, porque, cara, eu sou um cara internacional há mais de dez anos, eu morei em diversos países. Naquele momento meu imposto de renda estava acontecendo em três países diferentes. Eu falei: cara, se tem alguém que conhece essa dor sou eu, eu sofro esse problema quase que diariamente, de ficar movendo recursos e ficar dentro da lei, que é basicamente o que uma operação de câmbio tem que fazer, mover os recursos dentro da lei. Então isso me foi uma motivação grande para isso, sabe, Juliano. Eu falei, cara, essa dor é real, o mundo é mais legal se a Remessa for bem sucedida. Então isso me motivou bastante a ir. Porque eu sofri dessas dores. A primeira vez que eu fui comprar um imóvel nos Estados Unidos, que foi a primeira e a única, eu precisei trazer a minha poupança do Brasil para os Estados Unidos. E eu falei: não, vou fazer com banco tradicional onde está o meu dinheiro mesmo, bancão, que era o meu banco do qual eu era cliente, para não ter dúvida de que vai dar tudo certinho. Deu tudo errado, entendeu, passaram-se algumas semanas e o meu dinheiro tinha desaparecido. E aí eu comecei a dar um monte de telefonemas, por sorte tinha alguns conhecidos dentro do banco e aí o dinheiro apareceu. Mas como eu tinha te falado, Juliano, o fato de ser uma instituição talvez muito grande não quer dizer que o processo é mais seguro nem mais rápido, dado que a disrupção tecnológica é exatamente em cima disso. Os produtos existentes mais tradicionais eles estão em cima de uma plataforma tecnológica e regulatória que para ser rápida tem que ser repensada do zero. E isso é a Remessa online, olhar para isso e falar assim: como é que eu faço isso tudo aqui ser legal, legal do ponto de vista jurídico, estar dentro das normas do Banco Central e tal, mas ainda assim ser rápido, ser fácil, ser barato, ser uma experiência legal? É exatamente esse o propósito da Remessa Online, e a gente vem se dando bem nessa jornada.
Entrevistador – E geralmente, cara, para banco fazer isso é muito difícil, porque eles vem assim com um monte de sistema legado, através de um monte de aquisição do passado que eles não integram, ou então assim, só coloca uma camada de integração e aí o que está embaixo é tudo, talvez tenha uma verdinha, verde e preta mainframe, aquela coisa pré-histórica. Então é muito difícil você repensar um processo do zero, porque o custo para fazer isso é muito alto. E eu acho que isso reflete para o cliente, que foi o que você falou, o nível de serviço. Então, por exemplo, eu também quando precisava traze4r aqui eu ligava para o meu banco no Brasil e falava assim: eu quero trazer X 1000 dólares para cá. Aí a gerente: não, espera aí que eu preciso ligar para a tesouraria para ver quanto é. E no site de vocês eu faço online, eu vou lá e falo: quero trazer 1.000 dólares, cara, já me dá a cotação na hora, se eu quero, quero, se eu não quero eu vou embora. Entendeu?
José – É exatamente isso, Juliano, é exatamente isso. No limite é, deixa na mão do cliente essa decisão porque hoje existe tecnologia, ou a Remessa desenvolveu essa tecnologia, de substituir exatamente, por exemplo, essa tomada de preço na tesouraria. Então esse processo ele vai acontecendo, é parte da mágica da nossa tecnologia. Então, coloca a serviço do cliente é o que faz o produto ter uma experiência legal, ainda assim com baixo custo e maior velocidade. E esse negócio pode ser expandido, Juliano. Porque hoje você entra no site e faz uma operação para um cliente, então tudo acontece você colocando os seus dados. Mas esse negócio pode ir muito mais além, então, por exemplo, para os nossos ouvintes aqui que tem conta no Nubank, se você vai no app do Nubank, ou seja, tem um botãozinho lá de remessas internacionais, e quando você clica nesse botãozinho quem é que faz essa remessa? É a Remessa Online. Então é um produto do Nubank que é Power Bi remessa online, parceria grande que a gente tem com eles e que inclusive está trabalhando para expandir para tornar esse produto cada vez mais tecnológico, cada vez mais transparente para o cliente, seja no Itaú ou no Nubank, ou na Remessa Online. É o que gente chama de effect as a survey, então o cliente que, vários dos dados que eu vou precisar coletar você provavelmente já deu para algum banco, você provavelmente já tem essa informação. Então eu estou tentando sanar uma outra dor do cliente, ele tem que me dar esse dado. Em alguns lugares você não precisa me dar, já está ali. Então a gente vem desenvolvendo o nosso produto para fazer isso ser cada vez mais fácil. E no limite, como a gente falou, tem um pix internacional, um dia a gente chega lá.
Entrevistador – E aí acho outro diferencial também que é bom a gente citar, com toda a tecnologia que vocês trazem, acaba que o custo de transação também para o cliente ele é bem menor, não é? Sem dúvida, hoje boa parte das operações internacionais ela é baseada no sistema de mensageria, para dar um exemplo aqui o Swift. A maioria dos nossos imigrantes aqui já fizeram uma operação e em algum momento tem um negocinho que chama Swift. O Swift é um sistema de mensageria, simplesmente para as contas bancárias sem identificarem em diferentes países, e por aí vai. Esse sistema tem um custo, para você usar um Swift aquilo custa. Então em alguns casos 35 dólares ou até mais, isso varia um pouco dependendo do banco e de dependendo da operação. Isso é parte da oportunidade de custo do processo. Então aplicando tecnologia, fazendo transações massificadas, agrupando várias operações, se comunicando com parceiros tecnológicos fora do país que conseguem ler essa informação sem utilizar o sistema Swift, esse custo vai caindo a operação. Então a quantidade de tecnologia que você tem que ir encaixando para reduzir esse preço, Juliano, está em diversas partes. Dei um exemplo aqui que é a mensageria, é uma tecnologia internacional antiquíssima, um negócio de, sei lá, talvez tenha um século a tecnologia, de identificar bancos em países diferentes. Acho que essa é uma coisa. A outra coisa são os impostos, então dependendo da operação que você faz você paga imposto de renda, então você vai, uma empresa pagando um serviço fora do país. Tem uma taxa de imposto de renda importante, pode ser 30% do valor total daquela nota de serviço, dependendo da transação. Dependendo de como você trata isso você consegue enquadrar em um outro regime da legislação do Banco Central, e você faz isso dentro da lei, defendendo as normas, mas defendendo também o cliente, reduzindo o custo. Então a parte da inovação está na tecnologia propriamente dita, que é desenvolver sistemas que substituem sistemas antigos. Você tem uma questão muito grande de inovação regulatória, que é você ler as leis, reinterpretar, consultar o Banco Central, consultar especialistas da indústria, criar pareceres e falar assim, poxa, beleza, o Banco Central valida esse novo entendimento da lei em desenvolver tecnologia em cima daquilo. Então essa é a minha vida, entendeu, Juliano, é desenvolver sistemas, desenvolver entendimentos novos da legislação e trabalhar junto com o Banco Central para que isso vire verdade, trabalhar com o meu banco parceiro desenvolvendo toda essa parte de sistema e infraestrutura, e os parceiros são muitos. Então é ir conectando vários e diferentes peers para que no final cliente tenha uma experiência o mais transparente e com menos input, com menos trabalho possível. Então é assim que a gente está reduzindo essa dor, Juliano.
Entrevistador – Legal. Zé, vamos, acho que ainda no jabá aqui da Remessa. Cara, vocês não são a única plataforma de remessa online, então o que, eu queria que você dissesse para a gente aqui o que vocês têm de diferente em relação a outras plataformas. A gente já falou um pouco de diferenças em relação a banco, que é a questão de serviço, de custo, etc., mas eu também, assim, tem outras opções de remessa também, tem outras fintechs, etc., de remessa. Então aonde que você acha que a Remessa agrega mais valor para o cliente?
José – Legal, cara, acho que tem algumas. Uma delas é que a gente é uma das mais competitivas em termos de preço, então você não vai achar muitas opções que são mais baratas do que a Remessa. E esse negócio também oscila, então os preços vão se corrigindo, mas a gente tem como filosofia de ser muito competitivo. Então a gente é uma das empresas que está puxando esse preço da indústria para baixo. Número um. Número dois, o nosso atendimento é um diferencial competitivo nosso. Então muitas plataformas são desenhadas para ter atendimento zero, a gente não, a gente tem uma combinação de um atendimento tecnológico, um atendimento humano. Então para o cliente que não é um especialista do câmbio e a maioria dos imigrantes não são, esse é um processo que gera dúvida, em alguns casos gera mais segurança, onde é que está o meu dinheiro, quem é essa pessoa, esse cara é um banco ou não é um banco, eu vou pagar imposto, quais são os documentos? Tem dúvidas que são naturais do processo. Então para os clientes que não estão tão confortáveis com o processo totalmente digital, a gente tem um processo assistido. Como eu falei, o nosso NPS, que é o indicador de nível de serviço, ele é de 80% ou mais. Você tem também uma vantagem competitiva importante da Remessa, que é a amplitude do nosso portfólio. Então, a maioria dos nossos concorrentes eles têm produtos muito restritos, eles são especialistas em um produto. Ah, eu sou bom em mandar dinheiro de você para você mesmo lá fora, isso eu faço, não faço mais nada, eu não pago uma conta, eu não te atendo como empresa e por aí vai. A Remessa tem uma gama de serviços muito ampla, que atende pessoa física, pessoa jurídica em diferentes formatos de pagamentos. Remessa de você para você mesmo, pagamentos de serviços, como eu falei, compra de serviços, recebimentos de pessoa jurídica, operações de capital. Então, por exemplo, a gente faz muita operação para startup. As startups que têm uma rodada de financiamento, um Série A, um Seed Money, e precisa receber esses fundos, que tipicamente os fundos são estruturados fora do Brasil. Então é empresa brasileira, mas os investidores estão fora ou você tem um fundo fora do qual você usa como veículo para trazer isso para cá. Quem traz esse câmbio para cá? Esse é um produto do qual a Remessa também é especialista. Então é um produto de startups para startups. A gente faz isso para a gente mesmo, e a gente faz isso para outras empresas. Então a nossa gama de produtos, Juliano, é uma das mais fortes da indústria, por atender indivíduos e empresas e uma gama diferente de atividades de câmbio. E a gente agora está dando esse passo, como eu falei, de se tornar mais tecnológico. Então isso tem tudo a ver com o momento que a gente está. A gente hoje é parte de um grupo maior, acho que eu falei isso mais cedo, que é o Grupo EBANX, o EBANX também é uma empresa de tecnologia, também focado no câmbio, mas atende clientes que são B2B enterprise sales, grandes contas, então o EBANX atende clientes como Alibabá, como Uber, com Airbnb, e faz essas transações financeiras ali por trás que o cliente nem vê. É um processo parecido, só que no meu o meu cliente vê, no EBANX, o EBANX é uma plataforma de processamento que está por trás ali de tudo que está acontecendo. Por que é legal ser parte do EBANX? Um, que dá uma ideia de solidez, para quem tem dúvida de, poxa, para quem eu estou dando esse dinheiro, poxa, a Remessa Online além de ser uma empresa enorme, já com 21 bi transacionados na sua história, 400 mil clientes já operados na história e só anualizado com o que a gente faz agora mais de um trilhão transacionado por ano, poxa, você olha e diz, cara, tem volume aí, não é uma empresa que apareceu ontem. E com o EBANX esse número ganha uma dimensão ainda muito maior. Então, solidez, poxa, é um quesito que a gente, que os nossos clientes não precisam se preocupar. E junto com o EBANX a gente abre uma nova avenida de inovações para o futuro. Então estou evitando me tornar muito complexo na explicação, mas a gente, como eu falei, esse produto que a gente hoje oferece para o Nubank onde o cliente está sendo servido pela Remessa, mas não necessariamente sai do ambiente Nubank, a gente hoje quer espalhar isso para muito mais clientes, e quer ter um produto que habilite outras plataformas a fazerem câmbio. E fazendo isso mais e mais clientes vão fazer isso de uma forma cada vez mais fácil. Então, é onde a gente está Juliano.
Entrevistador – Com certeza, cara, facilita muito a vida das pessoas e, enfim, diminui a fricção, custo, etc. Acho que todo mundo que está fora, está morando fora, etc., pode achar uma solução aí com a Remessa. E aí Zé, assim, eu estou, eu estou também numa saga de expandir o podcast para outros países, então quando eu comecei essa era a minha missão, era brasileiros no mundo, talvez começou meio grande demais e tal. Começou com os Estados Unidos e aí eu fui conseguindo me expandir para o Canadá, cheguei em Portugal, conseguimos uns entrevistados em Portugal, já estou com um pessoal da Austrália engatilhado, então acho que a pergunta que eu queria fazer com base nisso é: cara, quando eu penso em Remessa ela é uma solução que ela é só Brasil-Estados Unidos ou é só… é sempre com o Brasil envolvido ou eu estou na Austrália e consigo mandar dinheiro para Portugal?
José – Você consegue. Então entrando na plataforma e se deixando levar pela nossa jornada você consegue mandar dinheiro de muitos lugares para muitos lugares. Hoje a gente tem mais de 100 países como destinos de operações do Brasil. Então obviamente tudo o que sai do Brasil para esses países a gente tem uma gama que atende praticamente todas as necessidades dos brasileiros. Não atende tudo não, tem uma cauda longa que são serviços muito especializados. E de países internacionais para países internacionais, dentro desse universo de 100 países, a gente também atende coisa para chuchu. Então como eu falei anteriormente, uma das, um dos benefícios da Remessa é você ter uma gama de produtos bastante amplas. Você vê no mercado que outras plataformas tipicamente são bastante mais nichadas. Então tem bastante coisa para se divertir lá na plataforma, Juliano.
Entrevistador – Isso é legal, porque, por exemplo, as vezes, aqui o meu cunhado mora na Noruega, então, sei lá, estou aqui nos Estados Unidos posso mandar dinheiro para a Noruega, sem necessariamente transacionar pelo Brasil, não é, então isso também, acho que tem bastante famílias nessa situação também, não é?
José – Tem. Tem sim.
Entrevistador – Você falou um pouco do cadastro, etc., mas tem algum limite de transação? Como é que vocês fazem esse limite? Porque de novo, quando eu estou operando com o meu banco, o meu banco sabe o meu extrato, sabe o meu histórico, etc., então acho que ele já consegue falar olha Juliano, você pode mandar até X 1.000 reais, né. Como é que vocês fazem essa questão de limite financeiro para a Remessa?
José – Primeiro que quando você faz isso no seu banco isso que você falou é uma meia verdade. Lembrando, por exemplo, daquela operação de câmbio que eu fiz lá atrás, eu tive que mandar para o meu próprio banco imposto de renda, um monte de informação, que como você falou, não seria necessário, o meu dinheiro estava lá, então eu tinha recursos para provar que estava tudo bem. Mas em linhas gerais o que você precisa provar é que aquele dinheiro é seu, então você precisa provar que você tem renda para gerar aquela quantidade de valores. Mas o Banco Central também cria limites para isso, para que você não precise ficar gerando tanto documento para operações pequenas. Então até 100 mil reais por ano, por exemplo, para você enviar dinheiro para fora do Brasil, você pode fazer isso sem ter que comprovar renda. Superior a isso aí você, vai ser exigido alguns documentos, você tendo, por exemplo, o teu imposto de renda que prove que você gera aquele recurso ou que você tenha aquilo em poupança é o suficiente. Porque o que o Banco Central exige é que você prove que aquele recurso é seu, ou seja, a origem do recurso. Então até 100 mil a quantidade de documentos é muito baixa, é um cadastro. Quando isso vai passando de 100 mil aí você começa a ter que comprovar a origem do recurso, mas a gente faz isso molezinha também.
Entrevistador – Entendi. E Zé, você falou também da solução PJ. E aí tem vários, como é o meu público, vários brasileiros que estão aqui, estão aprendendo ou estão pensando em começar uma startup, etc. Então, para quem não conhece, fala um pouquinho como que a Remessa ajuda esses brasileiros, PJ, o pessoal que está empreendendo, seja aqui ou seja voltando para o Brasil, levando recursos daqui para o Brasil?
José – Cara, essa é uma dor constante, que a gente recebe muita gente nos nossos canais e a pergunta principal é como eu recebo esse dinheiro. Ela começa assim, ela não começa com aquela clareza de ah, eu sou uma empresa, tenho que emitir nota e vou receber isso. Não, então tem uma necessidade de educação dos clientes bastante importante. O que é um negócio muito legal que a gente vê nessa explosão das fintechs como um todo, não é Juliano, que é habilitar os clientes a terem acesso a mais produtos financeiros. Começa com uma conta, depois uma possibilidade de investir, em algum momento de fazer câmbio. Então é essa jornada que a gente passa. Boa parte dos nossos clientes às vezes está recebendo o seu primeiro salário de um primeiro emprego remoto internacional. Então, a quantidade de dúvidas é gigantesca. Por isso que o processo assistido pela nossa plataforma ajuda muito esse tipo de cliente. E no momento em que aquilo acontece pela primeira vez, poxa, recebi a minha primeira remuneração, se aquilo é um serviço recorrente, por exemplo, as operações seguintes são muito fáceis, é acessar a plataforma, confirmar, resgatar o recurso, desde que esteja tudo acontecendo direitinho, passa a ser um negócio muito simples e com muito baixa fricção. Acho que essa é uma operação padrão nossa. Boa parte dos nossos clientes de pequenas empresas têm esse jeitinho aqui que eu expliquei pra você. Agora, muitos outros clientes também estão repatriando recursos ou estão enviando recursos para os Estados Unidos ou para fora do país. Ontem mesmo um amigo me ligou, um amigo que mora nos Estados Unidos, que já trabalhou comigo, um grande imigrante, que empreendeu também nos Estados Unidos e que está querendo levar parte dos seus recursos para os Estados Unidos. E ele falou, poxa Zé, eu já fiz isso algumas vezes, mas fiz com bancos, eu não sei exatamente quanto que eu paguei. Então a conversa começa assim do cara se educando, quando ele tem um volume maior a transacionar, que aí ele fala assim, opa, uma diferença na taxa pode fazer uma grande diferença, eu posso estar falando de alguns milhares de dólares. Então esse processo assistido também tem uma importância, uma importância grande. E o mesmo acontece na hora de trazer esses recursos para o país, dependendo de como você o faz isso pode ser mais ou menos barato, então às vezes você precisa ser educado no processo, e estar trabalhando com um parceiro que seja especialista na indústria. Então é assim que a gente ajuda as empresas, Juliano, é educando no processo, para garantir que aquele processo seja claro, transparente, que o recurso alcance o seu destino, que ao fazer um investimento, comprar alguma coisa fora ou trazer isso de volta para o país. E no final do dia cumprindo com aquilo. Por isso que o nosso nível de serviço é algo do qual a gente tem bastante orgulho, é algo do qual a gente se diferencia bastante da indústria e tem sido uma força de crescimento importante até agora.
José – Legal. E Zé, já que vocês estão aí nesse business de resolver as dores das pessoas, cara, tem uma dor que eu acho que assim, uma sugestão, talvez você já tenha até uma solução para isso, eu não sei. Mas assim, principalmente aqui nos Estados Unidos, não sei se todo mundo sabe como funciona, assim, quando a pessoa muda para cá você não tem um histórico. E aqui, você não tem um histórico bancário, né. E aqui para você conseguir qualquer coisa, nos Estados Unidos, qualquer crédito, para você ter um cartão de crédito com limite de 1.000 dólares você tem que ter um histórico, um histórico de crédito, um histórico bancário, e esse negócio demora para ser construído. Então, e ele basicamente é assim, ele te ensina a ter dívida, então aqui nos Estados Unidos também é um país que te estimula a ter dívida. E aí o teu credit score que eles chamam ele é baseado nisso assim, quanto de dívida você tem, quanto você vai pagando em dia, ou você atrasa, etc., e tem o componente de risco e tal. Então muito brasileiro quando muda para cá já tem, às vezes já tem até um patrimônio razoável no Brasil, mas o cara chega aqui e não consegue ter um cartão de crédito de 3.000 dólares de limite porque o banco, com o banco aqui ele não existe. E às vezes até mesmo quando o cara tem conta num banco internacional, sem citar nome aqui, mas o banco daqui ignora o patrimônio que ele tem no Brasil. Então, cara, eu acho que assim, se alguém conseguir resolver isso um dia, pegar um imigrante brasileiro e conseguir ter acesso as informações que ele tem no Brasil e já dar esse crédito para ele de largada, cara, esse cara vai poder ter um cartão de crédito, vai poder comprar um carro, vai poder dar um financiamento na casa, você vai ter esse cara para a vida.
José – Sem dúvida, você está juntando aí duas indústrias de serviços financeiros, a de câmbio e a de crédito. E de verdade, é uma enorme oportunidade, Juliano. Porque eu passei essa saga toda aí que você passou, o primeiro cartão de crédito, o primeiro leasing, o financiamento da casa, é de fato uma saga porque você chega com um histórico limpo e tem que começar ali quase que do nada. Então, por onde que a Remessa está sim olhando para essa oportunidade, Juliano, e a gente quer em breve estar lançando produtos que ajudem com isso? É estendendo o processo do câmbio para a utilização do recurso internacional. Então uma extensão do nosso produto seria uma carteira, uma wallet internacional ou um cartão internacional. Mas hoje também tem formas diversas de você pensar em como disponibilizar esse recurso, fazendo parcerias com uma série de operadores internacionais. Então isso está na mira nossa, Juliano, está no nosso roadmap de inovação, a gente esticar esse valor que hoje o brasileiro tem aqui, ele consegue mandar isso para fora, e ele precisa ter uma conta lá fora. Esse é o produto que eu tenho hoje. Eu quero em breve estar fazendo cliente brasileiro mandar esse recurso para fora e poder usar esse recurso dentro desse ambiente Remessa, sem ter que necessariamente precisar de uma outra conta. Então eu estou nessa perseguição aí Juliano, de desenvolver esse produto em algum momento também. Está no nosso roadmap de inovação.
Entrevistador – Cara, que show, quando vocês lançaram você tem que voltar aqui, cara, para contar, porque vocês vão resolver a vida de um monte de gente, eu tenho certeza. Eu tenho certeza. Zé, eu fiquei seis meses só com o cartão de débito, por exemplo, então não podia ter cartão de crédito. Quando eu ia fazer conta de utilities, etc., que é conta de água, luz e tal, eu precisei dar um adiantamento. Imagina eu vou lá para a CPFL e dou um cheque de 500 dólares como cheque caução que eu vou pagar a minha conta de luz. É um absurdo isso, cara. Mas enfim, saindo um pouco da Remessa em si, mas você comentou um pouco de mudança de carreira, não é, e aí um cara cresceu em bens de consumo, saiu de vender cerveja, hambúrguer e depois ketchup, para agora estar nesse mundo de tecnologia. Cara, como é que, eu queria que você contasse um pouco sobre a mudança de carreira até para as pessoas que estão vindo, acho que, cara, ajuda a inspirar, ajuda a ver que, cara, você começou numa linha você não precisa morrer nessa linha. Não, você pode mudar, etc. Então, são duas perguntas, eu me alonguei aqui, mas uma pergunta é: a sua experiência dessa mudança de carreira, como você se prepara. E dois, você citou também lá no começo das diferenças de gestão. Então, o que que você aprendeu em termos de gestão numa empresa de tecnologia?
José – Poxa, Juliano, eu adoraria ter muita coisa para ensinar com relação a mudança de carreira, sabe, mas eu não sei se eu tenho não cara, porque foi uma dose de maluquice com coragem que deu certo. Eu olhando para trás, você consegue fazer um playbook disso? Eu acho que eu não conseguiria. Eu acho que o que teve foi vários momentos que eu vi uma oportunidade passar, e eu tomei o risco de pegar. E muitas delas deram errado, mas eu continuei tomando esse risco. Então eu acho que se eu olhar um pouco das decisões que eu tomei de sair da Ambev muito jovem, que era uma empresa que eu adorava e foi a minha primeira grande escola, e sair para um empreendimento que deu errado num primeiro momento, mas que me preparou para ser um líder mais forte. Que eu fui tocar uma empresa com 27 anos, uma empresa pequenininha e por isso achei que deveria sair da Ambev. Mas depois voltei para um ambiente mais corporativo, ou seja, falhei. Então retrocedi os meus cavalos, deixa eu começar de novo. E aí voltei para uma vida mais corporativa. Aí pintou uma oportunidade de sair do país num momento super adverso, que o país estava bombando e eu adorava o meu trabalho, eu trabalhava na (ininteligível 00:47:20), a minha mulher estava grávida, não tinha objetivo, não estava buscando, pintou e eu falei assim, caramba, vou pular aqui. E pulei, e foi super difícil, não foi fácil. Como eu falei, eu tinha um inglês macarrônico, era a minha primeira experiência internacional, mas já sendo um líder de uma família, não fui estudar, não fui, enfim, então teve várias lutas aí no processo. Mas às vezes olhando no LinkedIn você vê um monte de taça sendo levantada no LinkedIn, mas ela não conta essas dificuldades. Eu acho que no meu caso, Juliano, foi muito mais uma questão de tomar riscos em diferentes momentos. E algumas coisas deram errado, outras deram certo. O saldo foi muito positivo. Mas no meu caso a mudança de carreira teve sempre a ver com risco, gerenciamento de risco, mudar de país, mudar de indústria, isso eu tinha a disposição para fazer aquela rampada. Então, por exemplo, uma das coisas que deu certo na China, que deu errado no Canadá, foi aqui na China eu cheguei com uma disposição muito grande de aprender sobre o país, sobre uma indústria nova. Então eu estava com um momento muito aberto a isso e trabalhei muito para entender um pouquinho daquilo. Quando eu cheguei no Canadá eu acho que essa chama não estava tão acesa sabe, Juliani, e aí eu, mas mais uma vez eu tinha que começar de novo, num país novo, segmentos novos, então tem uma rampada de crescimento que também parte da minha decisão teve a ver com isso da minha saída ali de falar assim caramba, poxa, eu vou ser honesto com essa companhia, poxa, que talvez eu não tenha o que eles estão pedindo de mim agora. E eu precisava dar essa outra rampada. Então troca de carreira acho que tem a ver com isso, sabe, tomada de risco, você ser capaz de dar uma nova rampada, se é o momento que você está disposto a aprender uma coisa nova. E na parte de tecnologia foi o que aconteceu, eu tive que parar, sair da indústria que eu estava, me permitir, assim, eu não tinha um planão assim, ah, eu vou para o sabático, vou viajar para cá e para lá e depois vou voltar. Eu não sabia o que eu queria, eu simplesmente falei, deixa dar uma respirada. E nessa respirada eu olhei muitas coisas, conversei com muitas pessoas, e apareceu a questão de tecnologia. Não é que eu também persegui, ela apareceu, um amigo que é investidor da indústria e era um dos sócios da Remessa Online começou a falar comigo sobre o assunto. E a minha primeira reação foi, cara, fintech, pra mim não fazia muito sentido. E aí eu comecei a estudar sobre a indústria, achei interessantíssimo, e vi uma oportunidade ali de aprender. Mas mais uma vez, estou disposto a dar essa rampada, a aprender de novo, a ser humilde e aprender? Isso foi necessário pra estar aqui com a Remessa agora. E quais são os modelos de gestão que são muito diferentes, Juliano? Todos. Porque eu vim de um ambiente aonde é um ambiente que você é cheio de incertezas, né. Então você faz um planejamento estratégico de cinco anos, você já é muito grande. Então o custo das perdas é muito alto, o trade off entre o que você tem a perder e o que você tem a ganhar quando você tem a Kraft Heinz, a Ambev e tal, exige um tipo de planejamento diferente, onde você tem que estar protegendo margens, você também tem uma parte defensiva muito grande. Então os planos são um pouco mais longos, a conversa financeira mais conservadora, e o trade-off entre crescimento e rentabilidade está todo dia ali na tua vida. Quando você vai para um ambiente de disrupção tecnológica o produto está a formação, né, o produto não está pronto. Então você tem que testar muito mais coisas. Então você tem que se permitir errar muito mais, você tem que conviver com o erro com muito mais tranquilidade e dormir bem a noite. Nos ambientes de onde eu vinha antes, a tolerância com o erro é muito menor, porque você está fazendo coisas grandes, o custo dos equívocos são maiores. Então essa é uma coisa. No ambiente meu aqui Juliano a gente está sempre testando muita coisa, gira, bota, errou, troca, aprende rápido, e você vai aprendendo em função dos feedbacks do cliente. É uma indústria nova, então não tem como eu fazer um mega planejamento de quem fez isso antes, assim como em outras indústrias você consegue. Então você aprende com você mesmo, em grande parte. E outra que as estruturas também têm que ser muito flexíveis, cara, então toda vez que eu chegar aí, pô, eu cheguei nos Estados Unidos, na China, no Canadá, a primeira coisa que eu tentava entender era a estrutura, o time, como é que funciona, quem faz o que, e se aquela estrutura era uma estrutura ótima para o que a gente precisava alcançar. Num ambiente mais tecnológico, Juliano, isso acontece todo dia praticamente, você está o tempo todo repensando o time e reajustando as partes para maximizar o seu resultado. Então a frequência de trocas, de estruturas e de produtos que você quer lançar e de imortalidade e sucesso dessas iniciativas ela é muito mais intensa do que é num ambiente mais consolidado. Então, e o foco é muito mais na escala do que nas margens, então eu estou ainda no período que eu preciso crescer muito. Então a gente é mais tolerante com alguns equívocos, às vezes a gente olha, queremos gastar um pouco mais aqui para buscar esse mercado que um dia vai ser rentável? Então essas conversas são muito mais frequentes, enquanto que eu tinha muita dificuldade de entrar num mercado não rentável nas indústrias mais tradicionais, a empresa tinha que crescer pelo resultado. Então, nossa, olhando, falando assim agora foi um último ano e meio aí, Juliano, um MBA assim dessa nova indústria de tecnologia que eu tive que aprender a trabalhar e aprender a liderar, que eu estou adorando, cara, aprendi muito.
Entrevistador – Que bacana, cara, que legal, bicho, dá para ver a tua empolgação, a tua animação, então me deixa animado também. Legal, cara, show de bola. E Zé, você passou, cara, você passou por meio mundo, então Estados Unidos, Canadá, China. Nesses países todos assim qual foi o maior perrengue que você passou nesses países assim, principalmente, sei lá, talvez cultural, ou língua ou cultural? Teve alguma coisa que você falou, cara, como é que pode um brasileiro passando por isso?
José – Cara, assim, eu acho que uma coisa, ele te dá muita humildade passar por isso, sabe, Juliano, muita humildade. Porque é engraçado, antes de sair do Brasil você cria esses estereótipos de que o americano é assim, de que o chinês é assim, de que o canadense é assim. E aí quando você vive ali com eles você vê que, cara, você se torna um pouco daquele jeito também, você entende porque as pessoas são daquele jeito. Mas até você chegar nesse lugar os perrengues são muitos, são N. E eu acho que, não sei se vale a pena ilustrar um perrengue, mas acho que o legal, por exemplo, da China, é que o perrengue ele meio que tem que ser a gasolina. Se você vai para um ambiente internacional, acho que se tem talvez alguma dica, esse desafio cultural, esse desafio de ter que aprender como abrir uma conta no banco, como se relacionar com as pessoas, ele tem que ser parte desse barato, ele tem que ser parte do que é legal nesse processo. Porque quando ele não é aí eu acho que você tem que começar a repensar essa jornada. E talvez achar um lugar para chamar de seu e botar uma âncora ali e ficar um pouco mais quieto. Porque essa vida que eu tive nesse período que eu estava mudando muito, Juliano, o grande barato era a mudança. Então, por exemplo, quando eu falo morei três anos na China, as pessoas reagem sempre com alguma surpresa, nossa, morou três anos na China? E eu falo: e tenho uma saudade enorme. E aí as pessoas ficam ainda mais surpresas. Cara, você gostou de morar na China? Como é que foi com a comida, como é que foi com a língua e tal? E de verdade eu adorei morar na China, Juliano, porque os perrengues fizeram eu entender a cabeça do chinês, pelo menos em parte, e com isso eu aprendi uma forma de endereçar os problemas diferentes, de resolver as coisas. Então eu acho que ao invés de falar do perrengue em si eu vou falar da curtição. O que a gente chama de perrengue, eu acho que muitos momentos na vida do imigrante tem que ser a gasolina, tem que ser o barato da coisa. Porque senão a vida fica muito chata, muito chata. Então o meu caso, por exemplo, eu tenho uma filha que nasceu no Brasil, um filho que nasceu nos Estados Unidos, uma filha que nasceu no Canadá, e uma mulher que é letã. Então o ambiente cultural ele é complexo dentro de casa, porque são realidades que tem já as suas particularidades, mesmo às vezes dentro do mesmo ambiente. Esse tem que ser o desafio, Juliano, senão o cara meio que dá uma bugada. Então acho que trazendo do perrengue para o positivo, tem muitos cara, é na comida, é na abertura da conta, é para fazer amigos, é para entender as reuniões, mas você tem que transformar isso num negócio positivo. E eu acho que vale aqui a piada, não sei se é piada, mas o meu maior perrengue quando eu fui para fora foi descobrir que eu sou surdo e eu não sabia, de alguma forma eu, cara…
Entrevistador – Você é surdo?
José – Eu tenho uma surdez bastante desenvolvida, e eu descobri isso só quando eu fui para os Estados Unidos. Porque teve uma hora que o meu inglês parou de avançar, eu entrava nas reuniões e às vezes ainda ficava sem entender algumas coisas. E eu comecei a achar que eu não era inteligente, eu falei assim, cara, eu não consigo aprender o inglês. E depois eu descobri que eu tinha um problema de audição. E aí eu fui criando várias técnicas para conseguir vencer, apesar disso. E uma delas é que eu tinha um cara genial que trabalhava no meu time, o VJ, e quando eu descobri que eu era surdo eu só ia para a reunião com o VJ, porque no final eu tinha sempre um the breafing: VJ, o que aconteceu aqui, o que eu perdi, o que eu não perdi? E aí com o tempo eu fui me adaptando com essa surdez e aprendendo outros gatilhos que no Brasil, sei lá se eu fazia leitura labial, ou se a língua por ser mais…
Entrevistador – Facilitava.
José – É, no inglês esse perrengue foi bravo. Porque até hoje eu não resolvi, Juliano, eu sou surdo até hoje, não me adaptei com os equipamentos e vou tocando, estou aqui.
Entrevistador – Cara, essa realmente é inusitada, eu não sabia não. Legal. Zé, cara, você falou também, tem uma outra coisa que eu queria entrar, você falou, você tem uma carreira super bacana cara, você tem uma carreira que eu acho que muita gente talvez, sei lá, está na faculdade e sonha em ter uma carreira tipo a sua. Cara, morar fora, executivo e não sei o que, com todos os prós e contras, os riscos, tudo na vida tem um preço. Então você toma uma decisão, então um trade-off vai te cobrar um preço lá na frente. E aí você falou dos troféus do LinkedIn, então muita gente vai lá também e vê, olha o LinkedIn e fala: essa marca, essa marca, esse cargo, esse cargo. Mas, cara, vamos fazer um momento vulnerável aqui, cara, conta pra gente qual foi a situação mais difícil que você já passou na sua carreira, que você queira dividir com a gente. E o que que te fez prosseguir? Porque obviamente você não desistiu porque você está aqui, então assim, apesar daquela dificuldade o que te fez seguir em frente?
José – Foram várias, Juliano, mas vamos pegar uma aqui que me ocorre e aí a gente vai trocando. Cara, quando eu saí da Ambev, o ano seguinte que eu saí da Ambev foi um momento bem duro, por várias razões. Um porque eu adorava aquele lugar, eu adorava trabalhar lá, tinha enormes amigos, grandes professores e que se tornaram amigos para a vida e professores para a vida depois, graças a Deus. E eu saí para uma aventura corporativa, que apesar de eu ser muito agradecido de ter tido e conheci também outras pessoas incríveis, aprendi de uma indústria nova, eu fui tocar uma fazenda de alimentos orgânicos que chamava Fazenda Santo Onofre. Deu tudo errado, Juliano, para resumir aqui, cara, deu tudo errado. Uma das coisas que deu errado é que talvez eu fosse um pouco inexperiente para o desafio de tocar uma empresa inteira. Era uma empresona? Não era, mas era uma empresa, cara, eu tinha clientes como, o Pão de Açúcar era meu cliente, o Rubayat era meu cliente, um restaurante de São Paulo, os hotéis Hilton, então a rede CBD como um todo, zona sul do Rio de Janeiro. Então era um business na mão de um garoto de 27 anos. E a gente rapidamente viu que não ia dar para engrenar aquele negócio no lugar que a gente queria, a empresa era administrada por um private equity, que me convidou através de amigos para administrar e tentar fazer o bolo crescer. E a gente viu que o bolo não ia crescer e a gente decidiu em algum momento fechar a empresa. Com 27 anos, mandando um monte de gente embora, tinha gente que morava na propriedade, na fazenda, a gente produzia algumas coisas, outras a gente comprava de outros produtores e aí vendia para os supermercados e restaurantes majoritariamente São Paulo e Rio de Janeiro. Mas nessa empreitada que eu acreditei para caramba que ia dar certo e botei toda a minha energia ali, cara, eu contratei amigos. Então teve gente que pediu demissão da Ambev para vir trabalhar comigo. Então imagina o peso que eu não estava sentindo naquela época, 27 anos, eu falei, cara, eu trouxe esses caras que tinham carreiras de ouro, brilhantes, para trabalhar aqui e o projeto está dando água, vamos ter que fazer alguma coisa. Então eu acho que aquilo foi um momento assim, foi a minha primeira crise assim na carreira que eu falei assim, cara, como eu resolvo isso? E aquilo me deu uma abalada, eu fiquei chateado. Cara, como que você resolve? Vai trabalhar, cara. Então eu fui trabalhar e quebrando uma coisa de cada vez, o que dá para resolver hoje, o que dá para resolver amanhã? E eu lembro que foi um momento aonde eu precisei me centrar de volta aos meus valores. De falar assim, cara, eu não posso me arrepender das decisões que eu vou tomar agora, eu vou ter que tomar algumas decisões duras e eu não posso me arrepender delas, eu preciso ter certeza que eu carrego elas para a vida. E uma delas que eu lembro muito bem foi de discutir os próximos passos de um cara que eu tinha contratado, que vinha da Ambev, um cara brilhante, que é um grande executivo internacional hoje, mas na época eu tinha que discutir o futuro dele, porque a gente estava fechando a empresa com o pessoal do private equity, que eram os meus chefes, meus sócios também. E foi uma conversa difícil, óbvio, cara, a gente estava fechando a empresa. Então para todo mundo era difícil, não tinha solução óbvia. Mas eu lembro de ter que chegar na conversa e falar, cara, eu não quero discutir o meu projeto, vamos deixar isso para depois, a gente está fechando a empresa e eu quero discutir as pessoas que estão ali, o que a gente vai fazer com esse, esse e esse? Eu lembro que foi duríssimo, Juliano, eu ter que, sabe, pular na granada nessa situação e me deixar para escanteio depois. Mas era o que era certo a ser feito, e tive que fazer isso outras vezes na vida depois, e graças a Deus não me arrependo nada disso. Mas eu acho que foi assim que eu comecei a sair, entendeu. Que aí eu falei assim, cara, beleza… E aí você vai resolvendo um problema por vez e aí a conversa vai melhorando, e aí a gente saiu daquele ambiente e a vida seguiu. Essa pessoa inclusive ficou no projeto e tocou por mais um tempo, eu acabei indo para outro projeto, mas eu acho que na crise o que me salvou foi: concentra nos valores, faz o que é certo, cuidado com o curto prazo, que vai dar certo. Então acho que foi isso.
Entrevistador – Um baita aprendizado.
José – Tiveram outras viu, Juliano, tiveram outras.
Entrevistador – Não, com certeza. A gente grava um outro podcast só de aprendizados. Aprendizado é ufemismo pra cagada, mas tudo bem.
José – Tem um amigo meu, é um grande líder espiritual, que ele tem uma frase que eu adoro, ele fala o seguinte: a diferença do sábio para o homem comum é que o primeiro errou mais vezes. Só isso. São as cagadas, não é Juliano, que trazem a gente até aqui, é a capacidade de voltar delas. Então tem que achar o positivo nisso tudo. Eu acho que me ajudou no caminho isso aí sim viu.
Entrevistador – É, resiliência e seguir em frente também, não é cara, porque muita gente num momento desse, de dificuldade desse, tipo desiste e aí não conta a história para frente. Então tem sempre que pensar que, cara, o capítulo não acabou, vamos virando a página que uma hora essa história muda, não é. Acho que para todo mundo que passa por um momento assim tem um pouco dessa esperança. Eu sei que no ambiente corporativo a gente fala que a esperança não é um plano, mas às vezes a esperança ajuda, né, às vezes tem um, às vezes a esperança pode ser um plano.
José – Olha, eu li um artigo Juliano há uns oito anos atrás que explicava porque que a segunda geração de imigrantes nos Estados Unidos estava se tornando uma geração muito vitoriosa no mercado de trabalho. E tinham três, a conclusão dos autores era que tinham três coisas majoritariamente, os filhos de imigrantes, a segunda geração, os nossos filhos, tinha uma sensação de dívida com os pais às vezes. A gente fala assim, cara, o meu pai passou tanto perrengue para chegar aqui e eu nascer aqui nos Estados Unidos ou nascer nesse ambiente mais favorável, que eu vou dar um jeito de recompensar essa história. Então tinha uma coisa de, eu preciso vencer. Tinha um outro aspecto que era um aspecto quase espiritual, de olhar assim, puxa, eu sou abençoado por ter essa oportunidade, dado que o meu pai veio de uma condição, os meus pais, né, de uma condição um pouco menos privilegiada, eu não posso jogar fora a oportunidade que papai do céu me deu aqui. E tinha uma terceira que tinha a ver com baixa de autoconfiança, da segunda geração de olhar para a população local e se julgar menos preparada, e se julgar menos aderida socialmente, inferior, e essa inferioridade dava uma gasolina muito grande para estudar e trabalhar. Então uma combinação de fatores, que na sua maioria são assim, cara, é essa quebração de pedra dos desafios culturais ou do lugar que você veio, ou que até te colocam numa situação de falsa inferioridade, mas que são a tua gasolina para chegar lá. Então eu acho que a minha história é a história de todo mundo que está ouvindo a gente, né Juliano, então ela tem um colorido diferente, dá mais sorte aqui e ali. Mas a história não é muito diferente eu acho quando você tem calma para sentar e conversar, que é, são essas cruzadas de rio, cada rio que você vai atravessando ele vai te dando um aprendizado que no final é o que a gente é agora, uma coleção de aprendizados, uma coleção de cruzadas de rio que enriquecem o nosso repertório. Para o imigrante eu acho que essa é a norma, eu imagino.
Entrevistador – Cara, sensacional assim, o papo está muito bacana, eu ficava mais umas três horas aqui, bicho, mas eu quero respeitar o teu tempo. Mas para a gente, antes da gente finalizar aqui, Zé, tem um quadro que eu chamo de rapidinhas. Então quatro perguntinhas aqui, me diz a primeira coisa que vem à tua cabeça, sem pensar muito.
José – Essa é a hora que o cara escorrega, a hora que o cara tem que chamar um advogado, fica na linha aí advogado.
Entrevistador – Essa é a casca de banana. Cara, quando você estava fora do Brasil, você ficou uns dez anos fora, né, o que você mais sentia falta do Brasil?
José – Eu ainda estou fora, Juliano, essa é uma correção importante, eu fico indo e vindo, então eu estou com um pé lá e outra aqui, então ainda sou um imigrante, eu estou com meu Green Card e tal.
Entrevistador – Então o que você ainda sente falta?
José – Algumas coisas, né, mas tinha a ver com essa questão da relação, do calor do brasileiro, e que eu acho que foi isso que me fez ser muito feliz na China. O chinês é muito mais parecido com o brasileiro do que eu imaginava. E nos Estados Unidos eu tive alguma dificuldade no início com essa, um pouco mais frio, um pouco mais direto o abraço, o tratar, o papo informal, você tem que ser mais politicamente correto. E de onde eu venho, eu venho de um ambiente muito informal. Então isso para mim foi o meu maior desafio, Juliano, e que eu sentia falta de poder falar um monte de besteira e estar num ambiente, estar mais tranquilo com isso, entendeu, não ter vergonha.
Entrevistador – Legal, cara. E aí Zé o que você descobriu então nesses outros países, pode ser algum deles, que você gostaria que o Brasil tivesse? Fala, o Brasil ia ser um país melhor se tivesse isso aqui que eu aprendi no Canadá?
José – Olha, na China você tem uma questão da ética do trabalho muito grande, cara, é um país de vitoriosos, é um país que todo mundo briga para vencer. Então acho que isso é um negócio que o brasileiro pode aprender e o chinês traz muito para si. Então quando o chinês perde o emprego ele abre um restaurante, então… O brasileiro tem muito isso também, mas acho que o chinês está num patamar acima. A gente é um país de guerreiros, tanto é que os imigrantes brasileiros que vão para fora como que vencem? Na China eu não vi nada parecido, então tem um nível de empreendedorismo, Juliano, de não aceitar a derrota que, nossa, eu acho que o mundo pode aprender com isso, se a gente sempre usar isso para o lado bom da conversa. Eu acho que a gente tem coisa para aprender nesse sentido no Brasil. Nos Estados Unidos é o pragmatismo, cara, o americano é muito pragmático, Juliano, e às vezes no Brasil eu vejo que às vezes a gente, se discute muitas coisas, mas tem uma dificuldade de concluir, de meter a bola no gol, de é pra lá, vamos pra lá. Então, os Estados Unidos ele é muito pragmático. Então, cara, para que essa empresa existe, vamos para lá, beleza, do que precisamos. A conversa é muito direta, e talvez por isso que ela tenha até alguma estranheza para os brasileiros às vezes, de é assim que a gente faz negócio? É, é assim que a gente faz negócio, os contratos valem, está escrito, então tem que ser cumprido. Mas ao mesmo tempo Juliano, eu acho que essa Fortaleza americana de ser muito direta também tem um custo, faz a sociedade às vezes ser um pouco mais rígida. O brasileiro que é menos direto, faz a sociedade às vezes ser mais, um pouco mais flexível e mais gostosa. E esse ambiente tão empreendedor chinês às vezes faz o ambiente ser excessivamente trabalhador. Então, eu acho que eu não vi nada que eu gostaria de incorporar ao Brasil, eu vi, eu aprendi a entender o cara internacional, meio que olhar para ele e falar assim, cara, esse cara não é brasileiro, não é americano, ele não é nada, ele nasceu nesse ambiente aqui e por isso ele se manifestou assim.
Entrevistador – Por isso que ele é como é.
José – Por isso que ele é como é. Então eu lembro de estar conversando com um amigo sobre isso e falou: não, mas o chinês, não sei o que. Eu falei, cara vamos lá, você acha que se você pegar um brasileiro agora nascido no Leblon e botar na China, lá em Xangai, voltar 25 anos depois, esse cara vai ser um carioca do Leblon, ou vai ser um chinês de Xangai? Vai ser um chinês de Xangai, o meio vai ensinar ele. Quem cria as crianças são as tribos e Xangai é uma puta de uma tribo, assim como o Leblon é uma baita de uma tribo. Então a tribo faz a pessoa. Então quando, o que eu aprendi Juliano, e que eu preciso ter que incorporar ao Brasil, mas é assim, cara, o que que a tribo te dá? Então o brasileiro é de um jeito porque a gente é assim como tribo, e o chinês e o americano meio que são nessa linha também.
Entrevistador – Um bom ponto, cara. E Zé, última aqui cara, tem, aprendi muito com você hoje, mas tem algum livro ou um filme ou podcast que você curte para eu poder investigar e ver também?
José – Ah, tem cara, tem, o pessoal até faz gozação comigo aqui no trabalho que eu falo desse livro para caramba, que é o Dilema do Inovador. O Dilema do Inovador é um livro que fala sobre tecnologias disruptivas. O que é tecnologia disruptiva, que a gente hoje fala tanto, mas esse termo talvez tenha sido excessivamente utilizado. Então esse livro fala sobre isso, cara, o que é uma tecnologia disruptiva, quais são os dilemas que o empreendedor, inovador, startapero vai enfrentar na sua jornada e que ele vai ter que decidir ir para um caminho ou ir para outro. Fala dessa questão, Juliano, de tentativa e erro muito grande que eu falei, dos ambientes de tecnologia disruptivas. Então esse livro para mim ele é o meu livro de cabeceira da indústria. Então é um livro muitíssimo interessante, recomendo bastante, o autor do livro faleceu recentemente, mas tem toda uma cadeira dedicada a ele em Harvard Business School, que é o Kristen Christensen. Então o Dilema do Inovador, eu recomendo muito.
Entrevistador – Vou ter que colocar na minha lista, esse eu não conhecia, está vendo, já ajudou já. Zé, cara, obrigado bicho pelo tempo aqui, pelas histórias, você disse que não faz isso muito, deveria fazer mais, você faz muito bem. Então fica aí í o incentivo para você. Cara, aonde que o pessoal te acha, aonde o pessoal acha a Remessa? Enfim, faz o teu Jabá final aí.
José – Legal, remessaonline.com.br, pessoal, está tudo lá, o barato da plataforma é que ela explica para você o que precisa ser feito e se não fosse for o suficiente a gente entra para ajudar. E acho que vai ficar um cuponzinho também aí não é Juliano, acho que fica aí um desconto para a galera, para os primeiros que acessarem o cupom que você vai divulgar aí na plataforma, não é isso?
Entrevistador – É isso aí, cara, valeu pelo gancho aqui, eu estou só pegando a minha colinha aqui. Queria agradecer de novo pela parceria da Remessa, fazer um negócio específico aqui para o nosso aniversário de podcast, vai ficar aqui olha, a Remessa oferece 30% de desconto no custo da operação para quem fizer a primeira operação no site www.remessaonline.com.br. Você vai lá, tem um campo de cupom, coloca imigrandes, então ImiGrandes, e você vai ganhar 30% no custo da operação. Cara, Zé, obrigado aí pelo presente aos nossos ouvintes. Pessoal, vamos lá, são os dez primeiros é isso?
José – Isso aí, os dez primeiros.
Entrevistador – Então corre lá, assiste o episódio e já vai mandar uma grana para cá, corre aí.
José – Juliano, obrigado cara, um prazer enorme, papo ótimo, fico às ordens, quando eu puder ajudar e ajudar a galera que está te seguindo, eu estou às ordens aqui viu Juliano, obrigado.
Entrevistador – Show, Zé, que é isso, eu que agradeço de coração. Queria também aproveitar e agradecer aqui a todo mundo que ouviu a gente, que acompanhou a gente em todas as plataformas de streaming, Apple, Google Spotify, a gente também está no YouTube, então vai lá no canal ImiGrandes, deixa um like para a gente, deixa um comentário, gostou desse episódio, alguma sugestão. Você também me acha no Instagram que é @jg.julianogodoy. Gente, é isso aí. De novo agradecendo todo mundo que passou por aqui, valeu. Até a próxima.
José – Valeu pessoal.